terça-feira, 18 de novembro de 2014

Brigadeiro


Posso ter feito algumas outras mexidas na cozinha antes dele, mas nenhuma importa, porque foi ele, o primeiro sabor feito pelas minhas mãos, que provei e aprovei. Lembro-me dos antigos brigadeiros, feitos com gemas, das festinhas infantis, desde sempre meu momento mais esperado em qualquer comemoração de aniversário; por essas lembranças, sempre o faço, pode ou não ter festa e beijinho; é bolo e brigadeiro para ter parabéns a você, e não tem essa de dizer que não se tem mais idade para cantar o “parabéns”, para merecer o docinho é preciso voltar a ser criança, encher a boca d’água e roubar alguns antes de cortar o bolo. Mas o melhor de tudo, e de aprender a fazer quando ainda é criança, é que não precisa esperar festa de aniversário, é simplesmente fazer e comer de colher, rapar a panela enquanto esfria no prato. O brigadeiro é tão bom, que é bom cremoso como o da casinha de doces de Atibaia, ou até quando empelota e gruda no dente, como a Dida gosta. E por falar na minha prima, sem esquecer que até hoje preciso esconder os brigadeiros dela antes das festas, outro dia, quando fazíamos brigadeiro para assistir filme, percebemos, emocionadas, que o tempo passou, somos a outra geração, aquela que deixa a última colherada para as crianças. Mas não foi assim tão simples, foi em meio a uma disputa pela panela, com a Ana Luíza, a Julia e a Laura Maria; então nos demos conta de que temos concorrência com a outra geração, entendemos que não somos mais as crianças, e os melhores brigadeiros agora são para e por aqueles que foram chegando assim, querendo rapar nossa panela. E as amamos mais que brigadeiro!

Hoje há muitas receitas de brigadeiro. Mas como assim? Para mim, brigadeiro que não é “negrinho”, é outro doce, com outra forma e cor. Se depender de mim, o brigadeiro continuará sendo brigadeiro, de leite condensado Moça, macio, em bolinhas com granulado, ou em colher puxento.

A receita que faço, a minha tradicional receita de brigadeiro, aprendi por volta de 1980, ajudando a preparar a festa da minha primeira afilhadinha, a Camila, e a receita é da minha madrinha Wilma, mãe da Camila e da Michele, minhas duas afilhadas queridas. Até hoje, quando faço mais de uma receita para festa, coloco em uma tigela como a que vi em cima da geladeira na casa delas e aguardei ansiosa a hora de enrolar, e a festa, e o parabéns, e enfim os docinhos, portanto me comportei como uma madrinha, embora fosse tão criança como a afilhada aniversariante.


Bom, chega de conversa e vamos à receita:




Brigadeiro

Ingredientes:

1 lata de leite condensado
1 lata de leite
1 colher rasa de margarina
2 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 colher (chá) de mel (opcional)

Preparo:

Coloque todos os ingredientes em uma panela com fundo grosso. Leve ao fogo alto mexendo sem parar. O leite vai ferver e precisa cuidado para não derramar; para evitar que derrame, abaixe o fogo e/ou retire um pouco da chama e volte logo em seguida. Mexa até engrossar e abrir caminhos no fundo da panela. Tire da panela, deixe esfriar e enrole do tamanho que desejar, passando no granulado.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Um Cientista na Cozinha - Fermento/Pão - Relato de Experiência

Ação do Fermento


Na eletiva de quarta-feira passada, fizemos dois experimentos para observar a reação que o fermento químico e o biológico realizam para o crescimento do pão.
Nosso grupo identificou que a massa da 1ª amostra (que continha o fermento biológico, água morna, farinha de trigo e açúcar) duplicou de tamanho, pois este fermento é um fungo que se alimenta dos açúcares presentes na receita, causando, assim, maior liberação de gás carbônico (CO²). Na 2ª amostra, que continha fermento químico, água morna, farinha de trigo e açúcar, houve um crescimento substancial, mas pouco se comparado ao primeiro, pois este tipo de fermento precisa do aquecimento para obter volume (já o fermento biológico não precisa do calor para crescer). Na 3ª amostra, que continha apenas farinha de trigo, água morna e açúcar, não cresceu pela ausência do fermento.
No experimento que envolveu as bexigas, todos os frascos continham fermento biológico. No 1º, com fermento, água morna e açúcar, observamos que a bexiga estava na “boca do frasco”, encheu bastante em relação às outras pela liberação de CO². No 2º frasco continha fermento, água morna e adoçante, o balão não cresceu pela ausência de açúcar, pelo fato do fermento ser um fungo e se alimentar dos açúcares, e, portanto, com o adoçante não funcionou. O 3º frasco apresentava fermento, leite morno e açúcar, não obteve um crescimento relevante, mas, cresceu. O leite não é o ingrediente mais recomendável para a receita de pão, mas também pode ser usado (o ingrediente ideal é a água). O 4º frasco continha fermento, água fervente e açúcar, o balão cresceu tanto quanto o primeiro, mas a água muito quente não é ideal, pois pode matar o fungo. O 5º frasco continha fermento, água morna, açúcar e óleo, o balão cresceu pouco por conta do óleo, que se acumulou na parte superior do frasco, impedindo a liberação de CO².


Rita de Cássia – 1º A                                 Pedro Jurandir - 1º B
Arielle Dias – 1º B                                      Gabriela Rodrigues – 1º B
Nathália Brito – 1º B                                  Juan Silva – 2º B
Luan Teixeira – 1º B                                  Isabela – 1º D
Matheus Oliveira – 1º B                            Leonardo Silva – 1º D
Matheus Antonio – 1º B










Um Cientista na Cozinha - Fermento / Pão - Receita

Pão de Ervas

Ingredientes:

1 ½ copo de leite morno
3 tabletes de fermento biológico (45g)
1 ½ colher (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de sal
1 ½ copo de óleo de soja
3 ovos inteiros
10 folhas de manjericão
1 xícara de cheiro verde
1 cebola inteira
2 dentes de alho
1 colher (sopa) de orégano
1 quilo de farinha de trigo

Modo de Preparo:

No liquidificador, acrescente o leite morno, fermento, açúcar, sal, óleo, ovo e bata. Depois de misturados os ingredientes, acrescente as ervas e bata novamente. Colocar em um recipiente e acrescentar farinha até desgrudar das mãos. Unte a forma com óleo, leve ao forno a 180º, mais ou menos trinta minutos, ou até dourar.

Carla Adriana - 2º ano Ensino Médio







Desafio do Pão - Guilherme Enrico aceitou e provou que conseguiu:





Um Cientista na Cozinha - Fermento/Pão - Crônica

Lembranças
            Desde minha infância me vêm à memória as convocações da minha avó (mãe) à cozinha.
Ela dedicava, e ainda dedica, parte da sua sexta-feira para preparar algo de especial para o final de semana. Muitas vezes era pão caseiro. E era nesse momento que eu entrava em campo, ou melhor, na cozinha. Um tanto de farinha de trigo (e Dona Benta, heim), açúcar, um copo de óleo de girassol, aquele fermento de padaria (biológico) e tudo isso numa bacia pequena. Movimentos de vaivém, a mão cheia de farinha e muita dedicação para a massa ficar macia. E lá vai ao forno por 40 minutos e, pronto, pãozinho quentinho feito pela mamãe (avó).
Embora ela não tivesse tanta prática, mas era tão esforçada, e pode ter certeza que cada esforço valeu a pena. Hoje em dia é dona das melhores receitas caseiras e do melhor pão.
Ela sempre optava por receitas que não exigiam, digamos, tanta leveza na hora da degustação ou garfadas. E de tanta convivência, aprendendo coisas novas todas as sextas-feiras à tarde, herdei a tal “vontade do interior pela culinária”.
E essa herança me motivou a participar da eletiva da minha escola “Um Cientista na Cozinha”, ministrado pelas professoras Ana Paola e Carla, que a cada quarta-feira nos ensina a mágica e o lado científico de cada ingrediente das receitas aplicadas.

 Helen Passoni - 2º ano Ensino Médio